Só quem trai deixa transparecer este olhar.

Depois de uns dias sem escrever (a tecnologia emperrou), parece que as ideias enferrujam. Escrevê-las em papel já não é a mesma coisa. Procuro o bloco de notas... ou um papel qualquer, procuro a esferográfica, encontro-a, mas... esta que não escreve. Volto à procura doutra e encontro o infalível... lápis. Quando vou a escrever... já me esqueci da ideia.



Há relações onde a traição não pode entrar. Quando isso acontece as bases tremem. E quando isso acontece... é quando vem a tal sensação de cair num abismo, sabendo que não temos rede para nos suster. É o que está a acontecer com os nossos eleitos. Olham de soslaio para quem eleva a voz, obrigam a fiscalisar o vizinho ou o amigo, e tudo isso para tentarem deixar tudo na mesma. Não os vejo com eles no sítio para conversarem, para se sentarem nas escadas de S. Bento e ouvirem as vozes que vêm de baixo. Todos nós sabemos que não podem resolver os nossos problemas, mas também não é isso que eu quero, quero isso sim que não me entravem os passos, que não me martirizem os dias, que me deixem pelo menos uns trocados para uma dúzia de dias de férias por ano.
A "máquina" que nos gere é demasiado gananciosa e suga para se alimentar. Ela não sabe viver com o que tem, quer viver mais à grande, e vai daí, começa a olhar de soslaio o meu Povo, muitas vezes põem-se em bicos de pés para o olhar de cima para baixo, criando e exibindo assim, uma imaginária imagem de superioridade que passa pelo esgar dos representantes democraticamente eleitos pelo povo. Aquele olhar de soslaio é o olhar da traição. Até parece mentira que, homens que são eleitos pelo Povo, tenham de se esconder, alterar agendas para... não ouvirem quem está a passar mal e a mudarem de passeio quando não querem ver o que se passa. Os agentes de segurança, primeiros guarda costas do meu Povo, deixam de o ser para gastarem o tempo a... refazer agendas, rotas, em suma idealizarem e projectarem para... partir para a pancada.
Só quem trai deixa transparecer este olhar. Eu sei do que escrevo. E este olhar era o mesmo dos últimos tempos dos anteriores eleitos.

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Até lOgO!