Um estadista que nos lidere como Povo.

Eles comem tudo...

A sério, eu não sou de esquerda. Mas também não sou de direita. Sou pela justiça, sou pela liberdade e não preciso de regras escritas nem institucionalizadas para seguir o meu caminho. Não preciso de regras que não me deixem vender à beira da estrada, o que me sobeja da produção das laranjas,que se não for assim, vão apodrecer.Não preciso de regras que obriguem agentes de segurança (que deviam ser os primeiros guarda-costas do meu Povo) a roubarem legalmente a mercadoria e tomarem a iniciativa de... doar, a tonelada de laranjas que tinham apreendido, a instituições de caridade. 

Eu nem queria acreditar que estava a ver aquilo nas notícias, e do local, acho que se passou numa estrada algarvia... Seja onde for, aquela gente até costuma dar o que lhes sobra, sem que isso lhe seja imposto. Perde-se tempo com ninharias e deixa-se passar a oportunidade. Entretém-se os nossos-supostos-guarda-costas a tratarem da papelada da mudança compulsiva de proprietários dos bens que se seguem: 1000 Quilos de laranjas recolhidas aqui e ali na EN... que por sinal, e se calhar, começou a ter o movimento de outrora, desde que as saudosas scutes fecharam para a plebe.

E o que me chateia mesmo é que estas pessoas vão estar na primeira linha para votarem, nas próximas eleições. Vão continuar a acreditar que... um dia, escolheremos um estadista que nos lidere como Povo.

Entretanto ficamos a saber como se fizeram os canalhas de hoje.

Como Se Faz Um Canalha Zeca Afonso

Conheci-te ainda moço
Ou como tal eu te via
Habitavas o Procópio
Ias ao Napoleao
Mas ninguém sabia ao certo
Como se faz um canalha
Se a memória me nao falha
Tinhas o mundo na mao
Alguma gente enganaste
(A fé da muita amizade
Tem também as suas falhas
Hoje fazes alianças
A bem da Santa Uniao
Em abono da verdade
A tua Universidade
Tem mesmo um nome: Traiçao
Um social-democrata
Nao foge ao Grao-Timoneiro
Basta citar o paleio
O major psicopata
Já sao tantos namorados
Só falta o Holden Roberto
Devagar se vai ao longe
Nunca te vimos tao perto
Nunca te vimos tao longe
Daquilo que tens pregado
Nunca te vimos tao fora
Da vida do Zé Soldado
Ninguém mais te peça meças
No folgor dos gabinetes
Hás-de acabar às avessas
Barricado até aos dentes
És um produto de sala
Rasputim cá dos Cabrais
Estas sempre em traje de gala
A brincar aos carnavais
Nos anais do mundanismo
A nossa história recente
Falará com saudosismo
Dum grande Lugar-Tenente
Sao tudo favas-contadas
No país da verborreia
Uma brilhante carreira
Dá produto todo o ano
Digamos pra ser exacto
Assim se faz um canalha
Se a memória nao me falha
Já te mandei prò Caetano.

Photos de PauloJ em Verbier.ch

Até lOgO!