e alguns olhares brilharam húmidos de... decepção.


Ele estava lá. O autocarro parou a cerca de quinhentos metros do hotel de cinco estrelas. De lá de dentro saíram os tão esperados. Dispersaram-se por entre a pequenina multidão de cinco ou seis dezenas de pessoas e, com um sorriso de orelha a orelha, buscaram naquela troca de sorrisos o afecto mútuo que lhes enchia o coração. Trocaram palavras de carinho, assinaram as camisolas, os cachecóis, os pequenos pedaços de papel que tinham na mão e uma maminha feminina (sem silicone) que uma ousada adepta exibiu sem pudor e ouviram-se os incentivos de... Vamos lá pessoal que até os comemos ao pequeno almoço.

Minutos depois e porque o descanso também faz parte das vitórias todos se foram... descansar.

Foi então que abriu os olhos e nada daquilo tinha acontecido. O autocarro parou a três metros da entrada do hotel. Os seis seguranças que preenchiam o espaço de cinco passos até à entrada, não deram oportunidade para os ver. Ainda os chamaram, mas eles nem olharam para trás, nem sequer sorriram. A viagem em primeira classe de uma hora e meia tinha-os... cansado! Nem sequer os dirigentes revelaram simpatia. Nem sequer os dirigentes sorriram.

Nos rostos daqueles emigrantes o sorriso foi, a pouco e pouco desaparecendo e alguns olhares brilharam húmidos de... decepção.



Photo de PauloJ em Genève.ch

aTé lOgO!


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