Olhar... Ver...


 Estes verbos, que quase são a mesma coisa, representam os meus olhos, o meu olhar.

 A primeira imagem que me aparece, é mesmo o instante em que vi... o meu filho! Parecia que já o conhecia há muito tempo e ainda que, de olhos fechados, visualizasse uma imagem, só no momento em que os meus olhos o viram, eu pude dizer:
- Agora já te conheço!

 O sentido humano da visão é qualquer coisa de... bidimensional. Tem de ver e olhar. Tem de registar uma imagem e olhar a imagem. Tenho receio quando o meu olhar distorce o que vejo. E sinto-me bem quando o que vejo satisfaz o meu olhar.

É bom quando dois pares de olhos se encontram. Observam-se, miram-se, examinam-se, contemplam-se, até que o olhar tenha tudo registado nos confins da mente. E é bom quando voltamos a ver, vezes sem conta, aquele par de olhos que de tantos registos, o meu olhar se enternece. Quando isso acontece, e para o disfarçar, o meu corpo deita-me água salgada nos olhos, para os proteger. Mas essa química não altera em nada o meu olhar, antes pelo contrário, acrescenta-lhe resistência. E um dia, mesmo que os meus olhos não vejam... o meu olhar continuará a ser meu.

Photo de PauloJ em Grindelwald.ch


até logo!

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